domingo, 17 de abril de 2016

Il barbiere di Siviglia

História

1. "O barbeiro de Sevilha"/"Il barbiere di Siviglia". Ópera em 2 atos, composição de Rossini. Libreto de Cesare Sterbini, a partir da peça "Le barbier de Séville" (1775), de Beaumarchais. Primeira apresentação: Roma, 20 de fevereiro de 1816. 
2. Ópera em 4 atos de Paisiello. Libreto de Giuseppe Petrosellini, a partir da peça "Le barbier de Séville" (1775), de Beaumarchais. Primeira apresentação: São Petersburgo, 26 de setembro de 1782.

*** 

Ópera baseada na peça de mesmo nome, composta em 1775 por Giovanni Paisiello com muito sucesso, em 1796 por Nicolas Isouard. Contudo, a versão de Rossini é a única a perdurar no repertório operático.
"O barbeiro..." é a primeira das peças da "trilogia de Figaro" do dramaturgo francês Pierre-Augustin Caron de Beaumarchais, as outras duas são "As bodas de Fígaro", transformada em óper por Mozart, em 1786; e "A mãe culpada". O texto de Beaumarchais estreou em Paris, na Comédie-Française, no Palácio das Tulherias.
Rossini era célebre por seu ritmo rápido de composição, e toda a música do Barbiere  foi completada em menos 15 dias, 13, precisamente. A estreia foi um fracasso retumbante: a plateia vaiou e gracejou durante todo o espetáculo, e diversos incidentes prejudiciais ocorreram no palco. Muitos acreditaram que o jovem Rossini, então com 26 anos, demonstrava grande arrogância por decidir compor uma ópera sendo que Paisiello já havia logrado sucesso com aquele texto. Partidários de rivais de Rossini, infiltrados na plateia, incitaram muitas destas manifestações. 
Por essa razão, o próprio Rossini, mesmo mantendo o texto de Beaumarchais, decidiu renomear a peça para "Almaviva, ou a inútil precaução", iniciativa esta que não perdurou. A segunda performance foi diferente, e com ela veio o sucesso.


FONTE:
CASOY, Sergio. Óperas e outros cantares. São Paulo: Perspectiva, 2006.

Resumo

O conde Almaviva (ten.) ama Rosina (meio-sop. em Rossini; sop. em Paisiello), protegida do dr. Bartolo (baixo), solteirão empedernido que planeja casar-se com ela. Almaviva persuade o barbeiro e factótum da cidade, Fígaro (bar.), a lhe providenciar um encontro; assim, consegue entrar na casa de Bartolo, disfarçado em soldado em busca de um bilhete. Quando essa tentativa falha, ele retorna, disfarçado como substituto de don Basílio (baixo), padre que é professor de música de Rosina e que Almaviva alega estar doente. Quando o don Basílio verdadeiro chega, é subornado para ir embora, e Almaviva faz planos de fuga.
Bartolo por fim desperta os ciúmes de Rosina ao dizer que Almaviva ama outra mulher; Rosina promete esquecê-lo e casar-se com seu guardião. Quando chega a ocasião da fuga, ela reprova Almaviva, a quem conhece apenas como Lindoro, mas ele a convence de sua sinceridade e revela sua verdadeira identidade. Quando Bartolo chega com os soldados para que estes prendam Almaviva, decobre que, poucos momentos antes, Rosina e Almaviva haviam se casado, tendo então de aceitar a situação.

FONTE:
OSBORNE, Charles. Dicionário de Ópera. Rio de Janeiro: Editora Guanabara, 1983.

Sinopse





FONTE:
RIDING, Alan; DUNTON-DOWNER, Leslie. Ópera. Rio de Janeiro: Zahar Ed., 2010.

Libreto

Cenas em destaque

Ato I

  1. Introdução
    • Coro Piano, pianissimo (Fiorello, Conde, Coro)
    • Cavatina Ecco, ridente in cielo (Conde)
    • Seguido da introdução (Recitativo) Ehi, Fiorello?... (Conde, Fiorello, Coro)
  2. Cavatina Largo al factotum (Figaro)
  3. Canção Se il mio nome saper voi bramate (Conde)
  4. Dueto All'idea di quel metallo (Figaro, Conde)
  5. Cavatina Una voce poco fa (Rosina)
  6. Ária La calunnia è un venticello (Basilio)
  7. Dueto Dunque io son... tu non m'inganni? (Rosina e Figaro)
  8. Ária A un dottor de la mia sorte (Bartolo)
  9. Final I:
    • Ehi di casa... buona gente... (Conde, Bartolo)
    • Signori miei (Figaro)
    • La Forza! (Todos, Oficiais e coro)
    • Guarda don Bartolo (Rosina, Conde, Berta, Figaro)
    • Stretta (Todos, Oficiais, Coro)

Atto II

  1. Duetino Pace e gioia sia con voi (Conde, Bartolo)
  2. Ária Contro un cor che accende amore (Rosina)
  3. Arieta Quando mi sei vicina (Bartolo)
  4. Quinteto Don Basilio!... (Rosina, Conde, Figaro, Bartolo, Basilio)
  5. Ária Il vecchiotto cerca moglie (Berta)
  6. Temporal
  7. Terceto Ah! qual colpo inaspettato (Rosina, Conde, Figaro)
  8. Recitativo strumentato Il Conte!... ah, che mai sento!... (Conde, Bartolo)
  9. Ária Cessa di più resistere (Conde, Coro)
  10. Final II Di sì felice innesto (Todos e Coro)

La Calunnia

  1. No? Uditemi e tacete. 
  2. La calunnia è un venticello, 
  3. un’auretta assai gentile 
  4. che insensibile, sottile, 
  5. leggermente, dolcemente 
  6. incomincia a sussurrar. 
  7. Piano piano, terra terra, 
  8. sottovoce, sibilando, 
  9. va scorrendo, va ronzando; 
  10. nelle orecchie della gente 
  11. s’introduce destramente 
  12. e le teste ed i cervelli 
  13. fa stordire e fa gonfiar. 
  14. Dalla bocca fuori uscendo 
  15. lo schiamazzo va crescendo 
  16. prende forza a poco a poco, 
  17. vola già di loco in loco; 
  18. sembra il tuono, la tempesta 
  19. che nel sen della foresta 
  20. va fischiando, brontolando 
  21. e ti fa d’orror gelar. 
  22. Alla fin trabocca e scoppia, 
  23. si propaga, si raddoppia 
  24. e produce un’esplosione 
  25. come un colpo di cannone, 
  26. un tremuoto, un temporale, 
  27. un tumulto generale, 
  28. che fa l’aria rimbombar. 
  29. E il meschino calunniato, 
  30. avvilito, calpestato, 
  31. sotto il pubblico flagello 
  32. per gran sorte ha crepar. 
  33. Ah! Che ne dite?
  1. Não? Escutai-me e calai-vos. 
  2. A calúnia é um ventinho, 
  3. uma brisa muito gentil 
  4. que insensível e subtilmente, 
  5. ligeira e docemente 
  6. começa a sussurrar. 
  7. De mansinho, rente ao chão, 
  8. em voz baixa e sibilando, 
  9. vai correndo, vai rodando; 
  10. nos ouvidos das gentes 
  11. introduz-se destramente 
  12. e as cabeças e os cérebros 
  13. faz aturdir e inchar. 
  14. Saindo fora da boca 
  15. o alvoroço vai crescendo 
  16. e toma forças pouco a pouco, 
  17. e voa já de local em local; 
  18. parece o trovão, a tempestade 
  19. que no seio da floresta 
  20. vai assobiando e sibilando 
  21. e faz-nos gelar de horror. 
  22. Por fim transborda e rebenta, 
  23. propaga-se, redobra-se 
  24. e produz uma explosão 
  25. como um tiro de canhão, 
  26. um terramoto, um temporal, 
  27. um tumulto geral, 
  28. que faz ribombar o ar. 
  29. E o infeliz caluniado, 
  30. aviltado, golpeado, 
  31. sob o flagelo público 
  32. terá de morrer por sorte. 
  33. Ah! Que dizeis?


Largo al Factotum

  1. Largo al factotum 
  2. della città. 
  3. Presto a bottega, 
  4. chè l’alba è già. 
  5. Ah, che bel vivere, 
  6. che bel piacere 
  7. per un barbiere 
  8. di qualità! 
  9. Ah, bravo Figaro! 
  10. Bravo, bravissimo; 
  11. fortunatissimo 
  12. per verità! 
  13. Pronto a far tutto, 
  14. la notte e il giorno 
  15. sempre d’intorno, 
  16. in giro sta. 
  17. Miglior cuccagna 
  18. per un barbiere, 
  19. vita più nobile, 
  20. no, non si dà. 
  21. Rasori e pettini, 
  22. lancette e forbici, 
  23. al mio comando 
  24. tutto qui sta.
  25. V’è la risorsa, 
  26. poi, del mestiere 
  27. colla donnetta 
  28. col cavaliere. 
  29. Ah, che bel vivere, 
  30. che bel piacere 
  31. per un barbiere 
  32. di qualità! 
  33. Tutti mi chiedono, 
  34. tutti mi vogliono, 
  35. donne, ragazzi, 
  36. vecchi, fanciulle: 
  37. Qua la parrucca! 
  38. Presto la barba! 
  39. Qua la sanguigna! 
  40. Presto il biglietto! 
  41. Figaro! Figaro! 
  42. Son qua, son qua. 
  43. Figaro! Figaro! 
  44. Eccomi qua. 
  45. Ahimè, che furia! 
  46. Ahimè, che folla! 
  47. Uno alla volta, 
  48. per carità! 
  49. Pronto prontissimo 
  50. son come il fulmine: 
  51. sono il factotum 
  52. della città. 
  53. Ah, bravo Figaro! 
  54. bravo, bravissimo; 
  55. a te fortuna 
  56. non mancherà.
  1. Deixem passar o faz tudo
  2. da cidade. 
  3. Depressa, para a loja, 
  4. pois já é manhã. 
  5. Ah, que bela vida, 
  6. que grande prazer 
  7. para um barbeiro 
  8. de qualidade! 
  9. Ah, bravo Figaro! 
  10. Bravo, bravíssimo; 
  11. afortunadíssimo 
  12. verdadeiramente! 
  13. Pronto a fazer tudo, 
  14. de noite e de dia 
  15. sempre presente, 
  16. sempre pronto. 
  17. Melhor pedaço 
  18. para um barbeiro, 
  19. vida mais nobre, 
  20. não, não é possível. 
  21. Navalhas e pentes, 
  22. bisturis e tesouras, 
  23. às minhas ordens 
  24. tudo aqui está
  25. São, no fundo, os recursos 
  26. do meu ofício 
  27. com as rapariguinhas, 
  28. com os cavaleiros. 
  29. Ah, que bela vida, 
  30. que grande prazer 
  31. para um barbeiro 
  32. de qualidade! 
  33. Todos me chamam, 
  34. todos me querem, 
  35. mulheres, rapazes, 
  36. velhos, crianças: 
  37. Dá-me a peruca! 
  38. Depressa a barba! 
  39. Aqui a sangria! 
  40. Depressa, o bilhete! 
  41. Figaro! Figaro! 
  42. Estou a ir, estou a ir. 
  43. Figaro! Figaro! 
  44. Eis-me aqui. 
  45. Ai de mim, que fúria! 
  46. Ai de mim, que multidão! 
  47. Um de cada vez, 
  48. por caridade! 
  49. Rápido, rapidíssimo, 
  50. sou como um raio: 
  51. sou o faz tudo
  52. da cidade. 
  53. Ah, bravo Figaro! 
  54. bravo, bravíssimo; 
  55. a ti a fortuna 
  56. não faltará.

Nenhum comentário:

Postar um comentário